quarta-feira, 20 de agosto de 2008

POR QUE NÃO SOU CATÓLICO!

PORQUE NÃO SOU CATÓLICO?!


Católico é um substantivo de origem grega que significa ‘universal’, o que é contrário à formação eclesial ínsita no Novo Testamento, cujas igrejas se espalhavam por toda a Ásia Menor com autonomia; o que pode ser confirmado nas diversas Cartas do Apóstolo S. Paulo.

As palavras católico, cardeal e papa não existem em toda a Bíblia, bem como purgatório, hóstia, dogma, Fátima, limbo, etc.etc.

A IC ainda há apenas 50 anos proibia a leitura da Bíblia, invocando que os crentes não sabiam interpretá-la. Foi o Papa João XXIII que alterou tal obscurantismo no Concilio Vaticano II. Agora, incentivam a sua leitura, mas é certamente por razões comerciais, pois nunca vi fazê-lo nas homilias, de modo explícito.

O Catolicismo não é uma religião nem uma igreja, mas sim uma indústria religiosa, aliás, altamente lucrativa, como se verifica nos diversos santuários existentes em todo mundo, com proveitos de muitos milhões de contos.

A Basílica de S. Pedro em Roma foi construída pelo Papa Leão X (1513-1521) com o produto da venda de indulgências (lugares cativos no céu). Consequentemente o papado corrupto perseguiu com ferocidade Martinho Lutero, entre muitos outros, por protestarem contra a lascívia e opulência do Vaticano.

A IC queimou na praça pública o Frade Giordano Bruno, apenas por ele ter afirmado o princípio heliocêntrico; o mesmo esteve para acontecer a Galileu Galilei, pelas mesmas razões, acabando por falecer em prisão domiciliária, depois de ter sido obrigado a abjurar para não morrer na fogueira. A IC levou mais de 400 anos a reconhecer um erro tão evidente.

Por ser de origem judaica, e sob a acusação de ‘comer carne à sexta-feira, o escritor Damião de Góis foi perseguido pela Inquisição, mas como se tratava duma figura pública de grande prestígio foi assassinado dentro de sua casa, morrendo, barbaramente, dentro da lareira. Garcia de Orta teve de fugir para Goa e, mesmo depois de sepultado, foram os seus restos mortais exumados para serem queimados na pira de Inquisição.

Os crimes da IC, sem incluir os famigerados Bórgias, têm natureza despótica. O chão do Rossio e do Terreiro do Paço em Lisboa, entre muitos outros, estão ensopados em sangue de vítimas da Inquisição, julgadas tiranicamente no Palácio dos Estaus onde hoje se encontra o Teatro D. Maria II.

A Opus Dei é uma organização católica tão tenebrosa que os respectivos membros apenas são fotografados de costas. O autor, Mons. Escrivá de Balanguer, era um espanhol, franquista confesso, que o falecido Papa beatificou recentemente, e destacou na Praça de S. Pedro com uma estátua monumental digna do seu alto farisaísmo.

A IC esteve sempre ao lado das ditaduras de extrema-direita; nazismo, fascismo, franquismo, salazarismo, etc. etc., nunca tendo levantando um dedo contra Hitler, Mussolini, Pinochet, etc. Nem mesmo quando Salazar deportou o Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, apenas por este prelado lhe ter endereçado uma carta de cariz político, a IC portuguesa teve a mais leve manifestação de repúdio, ou não fosse Cerejeira um acólito do execrável regime político de então.

Como se viu ainda recentemente, a ingerência da IC na actividade política é uma constante, chegando a pedir o derrube de um governo eleito democraticamente em Timor, e a pedir uma sublevação de funcionários públicos em Espanha, a propósito dos casamentos homossexuais.

Uma igreja que proíbe o preservativo num mundo que se debate com uma pandemia como a sida deveria ser julgada na A.G. da ONU ou no TPI. Um dia aparecerá a pedir perdão às famílias das vítimas da Sida, que vão morrendo por não usarem preservativo em obediência ao Papado. Primeiro matam. Depois pedem perdão como fez João Paulo II no muro de Jerusalém, em Maio do ano 2000.

A IC adulterou sistematicamente os princípios do Novo Testamento, de tal maneira que o seu cristianismo nada tem a ver com a Igreja primitiva que qualquer pessoa pode observar lendo o Novo Testamento. A adulteração é tal que, durante séculos, caluniou Maria Madalena chamando-lhe prostituta, com o mesmo à-vontade com que hoje exclui os católicos que tiveram a infelicidade de se divorciar.

A IC patrocina a idolatria e a superstição em todo o mundo, lucrando monetariamente com isso; sentindo-se bem com o paganismo que Constantino lhe impôs. Daí a aparição de Fátima em 1917(para combater a República Portuguesa), a qual é teologicamente errónea e iníqua face à mensagem de Cristo no Novo Testamento, pois, a aceitarem-se estas putativas aparições teríamos de considerar inútil o sacrifício de Cristo no Calvário.

As mistificações religiosas da IC é tal que consegue pôr ao colo do sr. Fernando Martins de Bulhões (vulgo Santo António) nascido em Lisboa cerca do ano 1200, o Messias, que nasceu, portanto, doze séculos antes.

A IC é uma ditadura machista que não recebe jovens deficientes como sacerdotes, e muito menos mulheres que trata como seres inferiores e demoníacos na continuação das afirmações fanáticas e sexistas de Santo Agostinho.

A IC não paga as indemnizações às vítimas dos pedófilos, os quais mantém ao seu serviço, dando-lhes cobertura ao tentar sistematicamente abafar a realidade.

A IC é responsável pelo machismo que condena criminalmente mulheres por abortarem, emiscuindo-se na consciência de cada um, como acaba de fazer um famigerado padre no próprio funeral duma criança barbaramente assassinada próximo do Porto, ao afirmar que o aborto é pior do que a morte daquela criança. Que terão pensado os pais de tal padre e de tal igreja?!

A IC parou na Idade Média, e só avança quando é inevitável. O Concilio de Trento foi uma fábrica de invenções apócrifas. Os sacerdotes progressistas, cujo comportamento cívico deveria ser dado como exemplo numa sociedade sem valores como a nossa, são sistematicamente afastados das suas funções, e, tal como Lutero transformados em inimigos. Naquele concílio inventou o celibato obrigatório até aí inexistente, após o que teve inicio a maior luxúria, inspiradora de obras como ‘O Crime do Padre Amaro’ de Eça de Queiroz, entre tantas outras.

A IC está quase sempre ao lado dos poderosos, sendo um estado dentro de outros Estados, com regalias que ninguém mais tem, nomeadamente no que concerne à isenção de impostos.
O Papa João Paulo II, que em breve será beatificado com direito a altar, desterrou em 1995 o Bispo Jacques Gaillot da diocese de Evreux (França), para a extinta diocese de Parténia no deserto da Argélia. O referido bispo cometeu o ‘crime’ de estar ao lado dos mais desprotegidos da sociedade francesa e de ter denunciado a corrupção do Vaticano.

A IC deveria ser a primeira a alijar os privilégios de que desfruta em todo mundo, regressando à humildade evangélica, para assim ter autoridade moral.

A IC é uma super estrutura que não tem quase nada de cristã. Está a um abismo da Igreja de Jerusalém revelada no Livro dos Actos dos Apóstolos.

A IC tem perseguido outros cristãos até à morte, vide o recente livro ‘Madeirenses Errantes’ de autoria do Jornalista Ferreira Fernandes.

A IC só não tem hoje o comportamento que tinha na Idade Média porque não tem força para isso, uma vez que o poder político ocidental tem hoje um discernimento que faltou aos déspotas do passado.

A este tipo de religiosos Jesus Cristo chamava ‘sepulcros caiados’ e ainda ‘cegos e condutores de cegos’.

A Revolução que Cristo provocaria hoje, neste mundo, levá-lo-ia de novo à pena capital, e certamente teria de começar por denunciar a hipocrisia da IC como fez na Galileia denunciando os fariseus, os quais o condenaram a morrer no Gólgota pendurado numa cruz.

Os países mais miseráveis do mundo são católicos, v.g. Portugal, Brasil, Colômbia,Venezuela, Perú, Equador, Bolívia, Filipinas e, de um modo geral, toda a América Latina, vidé A Riqueza e a Pobreza das Nações de David Landes, cujas razões são ali explicitadas.

Estão muito escandalizados com o romance ‘O Código da Vinci’ de Dan Brown, e têm tentado censurar o filme que está a ser exibido, mas deveriam estar bem mais incomodados com a ostentação e pedofilia em que estão atolados.

Vem agora o Papa declarar que só a IC é igreja dado que, alega, só ela tem tido continuidade desde Cristo. Esquece o Sr.Ratzinger que durante muitos anos e mais de uma vez a IC teve um papa em Roma e outro em Avinhão, e teve mesmo uma papisa Joana que pariu em plena Praça de S. João de Latrão.

Isto é que é uma continuidade…..como se alguma vez Cristo tivesse proferido o termo Católico ou o Apostolo Paulo tivesse ensinado tal princípio! Ao contrário, Cristo ensinou que onde estivessem dois ou três reunidos em seu nome, ele estaria no meio deles, sic.

Parafraseando Cícero diria: Quousquod tandem IC abutere patientia nostra!

TELMO VIEIRA

Sem comentários: